Recentemente, um cliente me abordou com a seguinte inquietação: “aqui na empresa, nossos colaboradores não fazem boas análises, consequentemente não temos bons planos de ação”. Para entender melhor o contexto, fiz alguns questionamentos e, dentre eles, perguntei qual o momento em que o time parava para realizar as análises necessárias para o alcance de suas respectivas metas. O cliente me olhou de maneira pensativa e respondeu: “eles não têm um momento específico para isso. Ficam focados mais nas rotinas do dia a dia e em reuniões que, muitas vezes, são improdutivas”. Não precisei mais falar nada!
Utilizei este caso real para ilustrar uma situação que encontro em diversas organizações: times sufocados na operação, sem a possibilidade de utilizar aquilo que possuem de mais valioso, a capacidade de raciocinar e identificar pontos de melhoria na forma de realizar as atividades. É como se as empresas fossem compostas de robôs, cuja finalidade é somente cumprir ordens ou padrões. No final das contas, é uma situação “perde-perde”: perde a empresa, pois não utiliza todo o potencial do seu time; perdem os colaboradores, por não se desenvolverem.
Em ambientes como esse, realmente fica extremamente difícil a elaboração de bons planos de ação, pois, para isso, é necessário que exista um ambiente propício, que vou chamar neste artigo de “cultura positiva”. Empresas que não alimentam culturas positivas, seja consciente ou inconscientemente, podem até alcançar bons resultados no curto prazo, porém, dificilmente conseguirão sustentar o resultado por um longo período. Organizações assim vivem numa espécie de corda bamba, com o risco de cair a qualquer momento. Portanto, para atingir resultados verdadeiramente sustentáveis, deve ser prioridade na agenda da alta gestão das empresas a criação de culturas positivas.
Culturas positivas envolvem as seguintes ações:
Incentivar que, periodicamente, os colaboradores saiam de suas rotinas normais de trabalho e raciocinem sobre formas de aperfeiçoar os processos existentes;
Capacitar o time na utilização de ferramentas de gestão, com o objetivo de ampliar seu pensamento analítico;
Utilizar fatos e dados como base principal das tomadas de decisão;
Potencializar as discussões conjuntas, priorizando a colaboração em detrimento da competição. Planos de ação são esforços coletivos!
Ouvir genuinamente as pessoas, dando espaço para as opiniões diversas;
Eliminar reuniões improdutivas, dando espaço para aquilo que realmente agrega valor ao resultado;
Implantar momentos estruturados para acompanhamento das ações e resultados.
Empresas que colocam estas ações em prática provocam uma reação em cadeia extremamente positiva: pessoas mais engajadas, desenvolvendo cada vez mais o pensamento analítico, embasando as tomadas de decisões em fatos e dados e, por sua vez, elaborando planos de ação com mais qualidade. É um caminho infalível.
Comments