Imagine um carro em que a imagem do retrovisor é nítida, mas a visão pelo para-brisa é turva. É exatamente assim que opera uma parte significativa das empresas. Muitas delas ocupam parcela relevante do tempo olhando para o passado, tendo uma enorme dificuldade em investir a mesma energia no entendimento do que está vindo pela frente.
Grande parte dessa resistência se deve ao fato de que o que vem pela frente é desconhecido e temos, naturalmente, medo daquilo que não conhecemos. Vejo isso claramente em alguns dos nossos projetos de consultoria que desenvolvemos nas empresas. Encontramos muitos líderes resistindo aos projetos simplesmente por medo de não conhecer aquilo que virá pela frente. É um comportamento comum e bastante prejudicial ao desenvolvimento de qualquer iniciativa. Quando, por exemplo, auxiliamos empresas a estipularem e desdobrarem metas, estamos incentivando-as a enfrentar o desconhecido. Por que uma empresa não consegue atingir um faturamento 30% maior do que consegue atualmente? Simplesmente porque ela não sabe! Se soubesse, já teria alcançado! Portanto, definir metas é um incentivo constante à busca pelo desconhecido.
Obviamente o exercício de aprender com os erros e com as boas práticas do passado continua sendo importante, no entanto, é cada vez menor a influência do passado nos acontecimentos do futuro.
No mundo de antes, o passado explicava grande parte do que acontecia no futuro. No mundo atual, o passado explica muito pouco o futuro. Portanto, cada vez mais, as organizações terão que lidar com o desconhecido. Sendo assim, terão enorme vantagem aquelas empresas com capacidade de enfrentá-lo. Estas organizações terão algumas caraterísticas que as diferenciarão das demais e listo abaixo as principais:
Darão importância estratégica aos seus sistemas de informação, pois saberão que a análise dos dados certos e organizados fará com que consigam ter uma leitura cada vez mais correta do futuro. A boa análise de dados é o “limpador do para-brisa”!
Utilizarão, de forma disciplinada, o método de resolução de problemas. Seguir uma trilha, uma sequência lógica de ações, é de fundamental importância para solucionar problemas cada vez mais complexos;
Serão formadas por pessoas, principalmente lideranças, com comportamentos regidos por quatro pilares: propósito, determinação, humildade e ética. Propósito para gerar motivação; determinação para trilhar um caminho que nunca é linear, sempre haverá ganhos e perdas; humildade para entender que nunca saberemos o suficiente, devemos ter sempre mente aberta para aprender coisas novas; e ética para não prejudicar ninguém pelo caminho.
Em resumo, o enfrentamento do desconhecido será, cada vez mais, o dia a dia das organizações. Aquelas que não tiverem capacidade de lidar com esse contexto, não sobrevirão. E o caminho para a sobrevivência passa, necessariamente, pelo investimento em tecnologia, gestão e gente. Então, vamos à luta!
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